Entrecamadas #28 - 12 lições que aprendi produzindo e sendo host de podcasts
Este tende a ser um espaço mais sobre nossas camadas pessoais, mas dá para trazer alguns assuntos da vida profissional.
Desde junho de 2021, sou produtora do podcast da empresa em que trabalho: o Dentro do Ringue. E, desde janeiro de 2022, sou também a anfitriã oficial.
Neste tempo, eu aprendi algumas coisinhas sobre como pensar, roteirizar e produzir podcasts. Geralmente, eu estudo e converso mais nos bastidores (tanto sobre podcasts, quanto sobre marketing em geral).
Mas, nas últimas semanas, algumas pessoas vieram me procurar querendo dicas & benchmarks sobre como fazemos o Dentro do Ringue. Então, achei legal trazer essas ideias para cá em forma de lista.
12 lições que aprendi produzindo e sendo host de podcast de negócios
Backup: sim, se você já produz conteúdo audiovisual, talvez esta seja uma dica batida. Mas se é a sua primeira experiência, vale lembrar de sempre gravar de duas formas diferentes. (Eu gravo no zencastr + gravação de nativa no windows).
Compartilhar roteiro: o ideal é não compartilhar. Isso porque as pessoas vão estudar o tema e ‘se preparar’ (mesmo que digam que não). Isso tira totalmente a fluidez e naturalidade da gravação. Pensando em podcasts corporativos, SEI como isso pode ser difícil. Já tivemos de compartilhar em casos que a Assessoria de Comunicação coloca como condição para o episódio acontecer. Mas - sempre que possível - mandamos os tópicos mais resumidos.
Dia de Publicação: esse ponto aqui vai depender muito da sua audiência, mas uma dica que recebi do time da FeedGurus (editores do nosso podcast) é publicar pensando sempre em ter 2 dias úteis de divulgação. Por isso, estamos testando mudar nossa data das quintas para as terças e vem dando resultado.
Como cortar sutilmente: sim, muitas vezes durante a condução de um episódio você vai precisar cortar a pessoa entrevistada de forma elegante. Seja por conta de tempo, seja pela resposta estar ficando enrolada ou técnica demais… No começo, eu ficava sem graça, mas fui praticando. Testei algumas vezes a dica deste TikTok aqui e funciona, hein!
Gancho: já que falamos sobre interrupções, vamos falar também sobre como criar ganchos interessantes. Repertório! Sim, quem me conhece há algum tempo sabe como incentivo as pessoas a desenvolverem um leque de assuntos para além dos que elas usualmente usam. Conhecer coisas variadas ajuda MUITO a fazer ganchos interessantes para manter a audiência engajada com o seu conteúdo.
Vá além do LinkedIn: conheça aspectos pessoais dos seus entrevistados, como hobbies, livros, músicas e interesses fora do ambiente de trabalho. Muitas vezes isso ajuda a criar um gancho e também a deixar a pessoa mais confortável durante o papo.
Busque diversidade de forma ativa: quando falamos do mundo corporativo, é muito fácil cair no padrão de pessoas do mercado. Especialmente quando seu foco são lideranças. Então é fundamental buscar perfis diferentes e trazer diversidade para o seu conteúdo.
Vícios de linguagem: é algo que pode incomodar muito a audiência sem você sequer perceber. E não estou falando aqui só sobre os batidos “tipo”, “cara” e afins. Por exemplo: quando comecei, percebi que em alguns episódios, usava muito a palavra “perfeito” como uma forma de concordar com a pessoa. Algumas vezes, tivemos de cortar na edição para não enjoar os ouvintes. Mas, com o tempo, vamos ficando mais autoconscientes desses detalhes. (Poderia falar aqui também sobre sotaque - aqui em SP algumas pessoas brincam com o meu por ser do Rio. Mas eu sou fã de juntar sotaques diferentes.)
Dinâmica: quando você prepara os tópicos e o roteiro de um episódio, cria-se uma ideia de como vai ser a condução daquele papo. No caso de host/anfitriã, você precisa perceber o fluxo daquela conversa específica, estar focada no momento presente (sempre ajuda ter pessoas que ajudem nos bastidores para isso) e ter jogo de cintura para conduzir o papo da melhor forma para os ouvintes.
Teste: antes eu tinha certo apego de que os episódios tivessem os mesmos quadros e dinâmicas, mas com o tempo fui dando mais espaço para testar coisas novas sem a necessidade de aguardar uma virada de mês ou temporada. Pensou em alguma coisa nova? Testa aí!
Paciência: começar um podcast é relativamente simples. Dá para entregar uma qualidade razoável com equipamentos “básicos”. Mas o que eu tenho percebido ao conversar com as pessoas é que há uma ansiedade de que o conteúdo “viralize” nos primeiros episódios. Mas não é exatamente assim que funciona (lembrando que estamos falando aqui de conteúdos corporativos e não de podcasts de entretenimento com famosos ou de True Crime). Podcast funciona em uma lógica de cauda longa. Então é importante pensar em equilibrar temas de tendência com conteúdos mais atemporais. É bem comum ver pessoas ouvindo em 2023 episódios que gravamos em 2021. Este é mais um motivo para cuidar também do SEO dos seus Títulos.
Vídeos: são apontados como o grande sucesso do momento. Tem até gente indo em podcast “fake” só para fazer cortes. (Por favor, não) Videocast requer um investimento $$ maior de estúdio, equipamento e equipe. Mas é um ótimo caminho para aprofundar o relacionamento com os ouvintes, fazer cortes e explorar outros canais de divulgação (como YouTube Shorts e Reels). Fazer 2 séries especiais nesse modelo foi uma experiência incrível de 2022. Se você tem os meios, faça!
Trouxe aqui algumas coisinhas que aprendi ao longo dos meses. Mas tenho certeza que depois de uns dias vou lembrar de outras coisas ou vou aprender com alguém. Por isso, resolvi testar o recurso de Threads aqui do Substack. Vamos ver se funciona:
No mais, quero agradecer todas as pessoas que têm me apoiado nesta jornada:
Rodrigo Dantas (CEO da Vindi) por ter me convidado para a iniciativa dos videocasts e confiado no meu trabalho para ser host lado a lado; Nielsan Batista e Marco Galvão por confiarem no meu trabalho no dia a dia; Felipe Held por toda a parceria em roteiros, produção dos episódios e trocas sobre pautas, Karina Tatagiba por ser a social media mais maravilhosa; Pepê Marques pela nova identidade visual; João Victor por tantas artes de capa; Carlão por nos presentear com uma baita sala no Innovation Pay para os episódios, Fábio, André e Kleber (FeedGurus) pela parceria super braba nas edições… e diversas outras pessoas que participam de forma direta ou indireta das construções.
Obrigada por acompanhar até aqui. Inscreva-se, encaminhe este e-mail ou compartilhe o link. (Ajuda muito)
Até a próxima quarta,
Mavi Vieira 🍂