Entrecamadas #22 - O que fazer com a raiva?
Parece feio admitir, mas é verdade: todo mundo já sentiu raiva alguma vez na vida. Eu sei que nem tudo é raiva. Tem frustração, irritação, impaciência e muitas outras emoções similares que experienciamos – muitas vezes sem nem saber nomear.
A questão é que a sociedade transformou a raiva em tabu, em algo para se esconder no fundo do armário. No lugar de ensinar a canalizar. Esse sentimento pode ser um ótimo combustível quando bem direcionado. Mas, tudo bem também se esse fogo simplesmente virar cinza. Só precisamos cuidar para não explodir.
A raiva está associada a compreensão dos limites: dos nossos próprios e dos outros. É comum que ela venha quando alguém “pisa no nosso calo”, ou seja, ela vira uma chave de ação quando nos sentimos injustiçados.
Há um tempo, eu estava desabafando com uma amiga. E ela tirou uma carta do “Oráculo das Deusas” para mim. Saiu a Deusa Egípcia Sekhmet. Na hora, minha amiga disse que era interessante eu rever como eu estava lidando com a raiva.
Isso porque essa Deusa é conhecida por ajudar a entender e a lidar com a raiva, inclusive nos dizendo que a raiva faz parte da nossa força. Eu não sou muito conhecedora da cultura do Egito, mas eu nunca mais esqueci o nome dessa Deusa.
“Para a antiguidade egípcia, a Deusa Sekhmet foi criada pelo Deus Rá como uma maneira de punir a humanidade por seus erros mundanos e por suas ações furtivas e egoístas. Desse modo, Sekhmet desceu ao mundo e com seu rugido estremeceu a Terra, aniquilando à todos que desobedeciam Rá. Daí vem o nome Sekhmet Deusa da Vingança.
Mas, entre suas vítimas, encontravam-se muitos inocentes. Arrependido, Rá teve a ideia de embriagá-la com uma bebida vermelha para, depois, transformá-la em Hathor. Portanto, a entidade apresenta duas facetas: Sekhmet, a leoa deusa do ódio e da guerra; e Hathor, a vaca deusa do amor e dos prazeres” – Fonte
Pegando a raiva pelo pé
Na maior parte dos dias, eu transformo irritações e pequenos estresses em energia para correr ou malhar. Em outros dias, minha raiva se converte em lágrimas. Mas os dias em que ela é mais útil são aqueles em que eu consigo traduzir minha raiva em palavras.
Aos poucos, ela vai se abrandando e se tornando uma guia para ver as situações com mais clareza. Pegar a raiva e colocar ela no papel faz toda diferença tanto para me acalmar quanto para enxergar com perspectiva.
Mas, muitas vezes, eu só sinto a raiva e a frustração que vem de perceber que não vou dar conta daquela emoção. Acho que de tudo, o problema, geralmente, acontece quando tentamos fingir que a raiva não existe. Isso porque ela acaba se infiltrando pelos cantinhos de mágoa.
Vale se isolar num quarto e gritar no travesseiro, vale usar a raiva para correr, para mudar o mundo e até para dormir . Só não pode perder a linha e afetar as pessoas ao nosso redor ou prejudicar a nós mesmos.
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Até a próxima quarta,
Mavi Vieira 🍂