As palavras têm o poder de levar qualquer relação para o céu ou inferno. Indo além, a convivência é feita de diálogo, compreensão, tom de voz e até mesmo o jeito como respiramos.
Com que idade a gente aprende a conversar de verdade?
Uma conversa (mesmo a mais básica) vai além do boomerang ouvir-responder, mas a gente menospreza a importância desses pormenores na prática. É o tipo de coisa que a vida vai ensinando como pode.
Assumir que certa atitude nos deixou com raiva;
Impor limites quando nos invadem;
Falar com honestidade sobre como nos sentimos;
Pedir desculpas…
Construir bagagem para lidar com certos diálogos leva tempo. Falar de emoção e inteligência emocional fica em segundo plano, mas nos relacionamentos (e até mesmo nos negócios) quem entende de gente se sai melhor.
Conflitos & discordâncias
Se qualquer papo pode nascer razoável e cair num terreno arenoso, imagina quando uma conversa já surge como um conflito?!
Esta semana esbarrei neste post (obrigada Mari por compartilhar) que representa graficamente as diferentes formas das conversas:
Se conflito é falar mais que escutar, eu digo que estamos mergulhados naquele ditado “entrar por um ouvido e sair pelo outro”. O tempo todo as pessoas querem falar mais e mais alto.
A gente caminhou para uma trama de teimosias e mentiras tão profundas que nos afundamos no cansaço de debater. (Spoiler, vamos falar de política).
Antes de 2018, eu me envolvia nos mais diversos tipos de discussão, desde pautas de comportamento até questões mais profundas (Por que é errado um líder político falar “Não te estupr* porque você não merece”).
Escrevia textão, participava de debates, ia em manifestações…Mas com o tempo, fui ficando igual este meme aqui:
Não foi só o cansaço de gastar saliva com coisas absurdas, foi também perceber que não adiantava provar nada por a+b. Então, eu escolhi me afastar. Bem ao estilo do: “Podemos discordar e continuar amigos. Sim, sobre sorvetes e pizzas. Não sobre racismo, LGBTQIA+fobia e misoginia”.
(Inclusive, eu acho ok discordar sobre muito mais coisas. Mas realmente não dá quando uma opinião sua releva ou incentiva a morte de milhares de pessoas)
Muita gente pode julgar, mas foi o que deu pra fazer nos últimos anos. Só que cada vez mais a gente caminha para um precipício. Eu realmente não tenho uma resposta, mas alguma coisa vai ter que mudar na vida pública para que a gente consiga reverter a situação.
Vai demandar esforço, trabalhar em coletivo e muita habilidade para ler as sutilezas e entrar pelas rachaduras. Seguimos acompanhando, com os radares bem ligados.
Tem alguma sugestão?! Deixa nos comentários:
Obrigada por acompanhar até aqui 🤎 Até a próxima quarta,
Mavi Vieira 🍂
Recomendo o Roda Viva com o Boulos de segunda-feira: https://youtu.be/0hK4-mIJEMo